E a jovem castelã
tornou-se eriçada e resolveu que tomaria as rédeas da situação... Estava
cansada de sempre esperar (por orgulho) pelo Trovador que vivia a cantar
cantigas para ela, mas longe dos muros desta... E debruçando-se em uma das
janelas de sua fortaleza, ficou a lembrar da voz de seu Poeta... Lembrou-se,
também, porém, que jamais o havia beijado; sequer um beijo em sua face... E
isso a incomodou profundamente... Ela queria mais... Refletiu consigo mesma e
tomou a decisão:
"__ Pelo visto
eu mesma terei que dar um jeito na situação... Já chega de saudades
inexplicáveis... Quero razão e motivos "palpáveis"... Quero fazer uso
dos cinco sentidos... dos cinco sentidos! O que tiver de ocorrer, ocorrerá...
Nunca fui mulher (nem menina) de esperar pelas atitudes de ninguém... Porque
continuarei a agir feito boba? Observei motivos suficientes para acreditar que
vale apena tentar/lutar... Engolirei o orgulho besta. Mulher orgulhosa não
abraça direito; vive disfarçando sorrisos, choros e olhares... Mulher orgulhosa
não beija. E eu quero abraçar, sorrir, chorar e olhar sem disfarces... Quero
beijar exatamente quando o ponteiro marcar meio dia e/ou meia noite... Quero
fazer o meu amado feliz e quero que ele me faça feliz, também... Quero amá-lo e
quero que me ame... como nunca imaginamos que poderíamos amar alguém..."
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