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domingo, 22 de maio de 2016

Poem'artes

Violões tocam as visões,
Compõem, conversam...
E com os dias atravessam
O Continuum de canções...
Canções cantam audições,
Se impõem, hodiernam... 
Dia e noite atravessam
O contínuo de ilusões...
Ilusões, em si, não cantam,
Mas os que ouvem,
- Sim - se espantam... 
Se perdem da realidade,
E no campo ou na cidade
Guerreiros que só encantam,
Enfrentam raio e tempestade...
Tempestade ensurdece,
Quem lhe enfrenta, obedece.
Como quem manda, não pede,
Ela ordena fugir,
Melhor é, então, cair,
Num poço - o mais profundo -...
Fingir ser um defunto...
Até ela desistir...
Desistir não é coisa da poesia,
Mas está em meu poema,
Como palavra, não tema...
E me faço esboçar o dia,
Descascando este dilema...
Dilema mora em tantas artes,
Que, se tu olhas, te repartes...
Em letras de poemas e canções,
Tempestades, raios e trovões,
Se exprimem em tantas partes,
Assim nasce o Poemartes,
Para o Trio de Violões...

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Fidálogo – porque é filho de um diálogo –

- Num dia muito ensolarado
Ou estava chuvoso - talvez.
Com o coração todo inundado
De um amor, que, ali, se fez.
- Não, mamãe, não era dia,
Estava tudo tão escuro.
Mas lembro da intensa claridade,
Que faria parte de meu futuro.
- Meu amor, a mamãe vai te contar...
E são tantas as histórias
Que tenho pra te ensinar:
Este mundo é tão duro
E cheio de dissabores,
Que sinto medo por ti
Ao enfrentares horrores.
Sonho com um futuro
Pleno e cheio de amor,
E sei que estarás seguro
Nos cuidados do Salvador.
Mas no dia de teu parto
Senti tristeza e alegria,
Sabia que terias felicidade,
Mesmo em meio a agonia.
E vejo você crescendo...
Nossa! Como eu te amo...
E vais, então, fortalecendo
És como a flor. Te sou o ramo.
Não te esqueças de tua mãe,
Quando eu estiver velhinha.
Não me negues tua presença,
Abandonada numa casinha.
Quero tua felicidade,
Mas também tua presença.
E sinto ansiedade,
Ao não ter notícias tuas:
Penso que estás sofrendo,
Em qualquer lugar, nas ruas.
Podes tu estar quentinho,
Aquecido por lareira.
Mas mãe é tudo igual.
Pensamos de tudo, um pouco,
E também muita besteira.
Avisa, minha filha, avisa...
Quando fores demorar.
Tua mãe se preocupa,
E pode até chorar.
Poxa, minha mãe, está certo.
Vou tentar não esquecer.
Confesso que eu não gosto
De ver a senhora sofrer.
- Mas me conta
Sobre o dia que nasci.
A senhora sempre começa,
Mas - no fim - nunca me diz.
- Meu amor,
Tantas vezes te falei.
Você olha sempre pro lado,
E esquece que te contei...
O jeito que a mamãe conta,
É um jeito diferente.
Você nasceu em um dia,
E cresceu tão de repente...
Num dia muito ensolarado
Ou estava chuvoso - talvez.
Com o coração todo inundado
De um amor, que, ali, se fez.

Composto em 12 de maio de 2016.

domingo, 15 de maio de 2016

Plunidade

Assim como eu sou parte,
Minh'arte é parte de mim...
Eu, parte de minha arte... 
Que de mim não se aparte
Pois aquilo que se reparte
Tem bom começo, mas triste fim!

Composto em 15 de maio de 2015

Viva... (!)

Sinto uma saudade que vive rasgando o peito... 
E em toda sensação eu simplesmente me deleito.
Pois se deleita apenas quem é um bom amante...
Seja o momento longo, ou apenas inconstante...
Sinta a saudade que viva rasgando o peito... 
E em toda sensação você diz: "eu me deleito.".
Pois se deleita apenas quem é um bom amante...
Seja o momento longo, ou apenas inconstante...
Afinal, o que é a vida, senão o entregar-se?
Permitir-se a tal ponto de até dilacerar-se... 
Seguir na direção, mas de peito aberto,
Mas se alguém não gosta...
Não, não mande pro inferno.
Deixe, deixe e vá vivendo... 
Afinal só quem aponta
É quem termina cedendo... 
Pois não há nada mais triste
Pra um sujeito briguento,
Que alguém bem descansado
Não olha sequer pro lado... 
Prefere sentir o vento...

Composto em 15 de maio de 2015

terça-feira, 10 de maio de 2016

De onde eu vim...

É que tenho uns quatro amores.
São mais amados que ouro.
E mesmo sem ver as flores.
Os tenho como a tesouro.

Um, muito antigo, mas distante,
“Lateja” em minh’alma.
Outro - mais recente -
Me traz uma infante calma.

Há três que nunca esqueço,
E os quero contemplar,
E, aqui, não esmoreço,
Vou por eles trabalhar.