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quarta-feira, 18 de maio de 2016

Fidálogo – porque é filho de um diálogo –

- Num dia muito ensolarado
Ou estava chuvoso - talvez.
Com o coração todo inundado
De um amor, que, ali, se fez.
- Não, mamãe, não era dia,
Estava tudo tão escuro.
Mas lembro da intensa claridade,
Que faria parte de meu futuro.
- Meu amor, a mamãe vai te contar...
E são tantas as histórias
Que tenho pra te ensinar:
Este mundo é tão duro
E cheio de dissabores,
Que sinto medo por ti
Ao enfrentares horrores.
Sonho com um futuro
Pleno e cheio de amor,
E sei que estarás seguro
Nos cuidados do Salvador.
Mas no dia de teu parto
Senti tristeza e alegria,
Sabia que terias felicidade,
Mesmo em meio a agonia.
E vejo você crescendo...
Nossa! Como eu te amo...
E vais, então, fortalecendo
És como a flor. Te sou o ramo.
Não te esqueças de tua mãe,
Quando eu estiver velhinha.
Não me negues tua presença,
Abandonada numa casinha.
Quero tua felicidade,
Mas também tua presença.
E sinto ansiedade,
Ao não ter notícias tuas:
Penso que estás sofrendo,
Em qualquer lugar, nas ruas.
Podes tu estar quentinho,
Aquecido por lareira.
Mas mãe é tudo igual.
Pensamos de tudo, um pouco,
E também muita besteira.
Avisa, minha filha, avisa...
Quando fores demorar.
Tua mãe se preocupa,
E pode até chorar.
Poxa, minha mãe, está certo.
Vou tentar não esquecer.
Confesso que eu não gosto
De ver a senhora sofrer.
- Mas me conta
Sobre o dia que nasci.
A senhora sempre começa,
Mas - no fim - nunca me diz.
- Meu amor,
Tantas vezes te falei.
Você olha sempre pro lado,
E esquece que te contei...
O jeito que a mamãe conta,
É um jeito diferente.
Você nasceu em um dia,
E cresceu tão de repente...
Num dia muito ensolarado
Ou estava chuvoso - talvez.
Com o coração todo inundado
De um amor, que, ali, se fez.

Composto em 12 de maio de 2016.

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