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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Conto de uma menina

Era uma vez uma menina e ela tinha o andar praciano, mas não era um andar praciano qualquer, era o mais lindo dos andares. Sua beleza possuía a fragrância da chuva, em uma manhã de outono. Quando movia os pés, seu corpo flutuava, parecia muito mais uma borboleta valsando, ao sabor do vento. E os seus cabelos? Seus cabelos eram como a pura seda, negros como negro é o céu noturno. De pele alva como alvo é o astro da noite, quando está desnudo de nuvens e em plena exibição magistral.
            O seu sorriso... este, sim, era o mais encantador, pois não sorria apenas com os lábios, mas sua alegria saltava dos olhos, de modo que quem a visse, sentiria um não sei o que de encanto. Sua meninice era tão linda que qualquer alma idosa poderia rejuvenescer. Qualquer um que gozasse daquela companhia ficaria embriagado com o que transbordava da alma daquela menina. Ela olhava o céu como quem olha para algo indescritível, pois apesar de olhar com os olhos da carne, a garota via com os do coração. A jovenzinha também olhava para o pássaros, flores e tudo o que envolvia a natureza. Sentia-se parte disso.
            A menina cresceu, tornou-se mulher, mas nada do que aqui foi dito se perdeu no tempo ou no espaço, continua pairando o coração, a alma e a mente desta jovem. Seus olhos ainda sorriem. Ela possui a fragrância de uma chuva, em manhã de outono. E ainda possui aquele andar praciano...



Andar praciano:
(Ou de praça) É uma expressão bastante utilizada por pessoas mais velhas. Significa dizer que quem anda assim, faz de maneira tranquila e leve, como quem passeia na praça, daí andar praciano. Vive ou aparenta viver sem aquela pressa louca do dia-a-dia.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

domingo, 11 de dezembro de 2011

Dois olhos verdes...

      Meu "enegriado" olhar lembra daqueles olhos verdes olhando para os meus... E como quem quer descobrir um segredo, ele fitava seu olhar em mim, na esperança de dar-lhe uma pista... mas eu disfarçava e de vez em quando não olhava, na tentativa de não revelar tudo o que é meu... E ele insistia, sem ser inconveniente, e o que passava em sua mente, eu não consigo saber. Se pudesse não diria, guardaria só comigo, ou então corria o perigo de vir um ladrão roubar. Olha como sou egoísta, se soubesse o que pensava, guardaria a descoberta, como fosse um tesouro que um dia foi descoberto, bem lá no fundo do mar.

      Mas ele dava pistas do que estava pensando, e de vez em quando falava um adjetivo ou verbo, na tentativa, por certo, de eu querer revelar... Ele me deixava à vontade, conversava e era gentil. Sua meiguice e suavidade, misturadas à maturidade eram coisas estupendas, como alguém que inventa um objeto raro, e eu com meu jeito meninil, num misto de beleza e doçura, percebia que em minha formosura, e além do mais a candura, vinham para completar... o ambiente tranquilo, e isso, leitor, eu digo, é algo incomum.

      Ele com seu sorriso doce e seu olhar curioso, eu com minha meiguice e meu olhar de moleque, faziam com que tal instante parecesse misturado, com algo corriqueiro, porém sem monotonia, a algo nunca antes ocorrido, e isso digo sem perigo ou medo de errar, pois nunca vi outra pessoa, tão parecida e tão diferente. Agora me pergunte se o coração entende! Pois mesmo com tal lembrança, o meu cérebro é teimoso. E fica fazendo jogo, para o coração doer... e o coração sofre, pois o cérebro não deixa, que o coração queira, mesmo que viva a doer... Quero controlar meu cérebro, mas o danado é mais esperto que eu, vive jogando pesado, e eu em minha doçura, não percebo as artimanhas que a massa cinzenta me faz, com seu jogo maquiavélico, faz meu coração ficar atrás...

      Ah! Que olhos verdes bonitos... Será que os verei novamente? E o que passa naquela mente, irei um dia saber? Apesar de seu dono me dar pistas, eu não tive a coragem de mostrar que percebia... Mas pensando bem, uma ou outra atitude vinda da minha pessoa, pode ter dito: "estou entendendo e também estou querendo". Saberei quando o tempo, em seu grande intento, passar em nossos rostos... tudo quanto aconteceu... Daí então veremos o que de fato ocorreu, pois estaremos lá na frente, só observando o passado, que em nosso "melhor estado" observaremos o ocorrido e o nosso apogeu... Estaremos unidos ou separados, mas em algum lugar estaremos. E enfim então diremos: "Isto nos aconteceu".