Eu
faço de minha vida poemas,
Diferente
não poderia ser,
Pois
como a ave voa, quando resplandece,
Também
repousa, ao entardecer.
Assim
sou eu, feito passarinho,
Que,
tendo asas, canta ao voar.
Mas
se entristece,
Quando,
pois, querendo ninho,
Não
o encontra para repousar...
Eu
faço versos sobre a minha vida,
Mas
também grafo a vida de outrem.
No
fim, porém, há uma grande sina:
Não
reconheço a vida de ninguém.
Eu
desconheço a minha própria história,
Mas
vou grafando – feito boba –
Sem
parar;
E,
sendo ruim a minha memória,
Esqueço
disso e continuo a grafar...